quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Gatos e Cães

Amante fiel, venha cá! Hoje a noite está estrelada, o céu mais parece um grande obscuro com purpurina e alguns flashes de luz, uma combinação perfeita. Sabes, me pus a pensar em nós; e percebi então que nós não existimos. Já sabia bem antes de ti que não levo jeito para isso; não sei brilhar em dupla, minha carreira na vida é solo. Tenho consciência de que é pouco o que te proporciono. Sei que exijo demais de você; exijo sem poder, exijo sem merecer. Mas é que pra estar ao meu lado é preciso ser como gatos ou cães. Ser como os gatos: independentes, inteligentes e ainda assim, fofos. Ser como os cães: fieis, amigos e independente de qualquer coisa, dedicados. Talvez apenas os cães consigam notar o meu afeto; pois eles estão sempre atentos, estão sempre a doar-se, e quando eu decidir retribuir, bom, eles estarão atentos e saberão aproveitar. Mas eu acho que felizes mesmo serão os gatos, pois pra eles será indiferente; logo, nunca vou magoá-los. Seremos inotáveis um ao outro, nos acomodaremos juntos e adotaremos a postura do “tanto faz”. Diga-me querido amante, quem serás? Mas olha, quero deixar claro que eu o amo. Entretanto, eu só sei amar assim. Eu sei que meu amor não basta, se estivesse no seu lugar não conseguiria me satisfazer com tão pouco. Penso que talvez eu deva desistir e deixá-lo ir, mas é que eu preciso do que tu somas à minha vida, preciso da contradição que tu causas, preciso do caos que tu me proporcionas. Preciso crescer, preciso amar, necessito viver; e só, eu apenas existiria.

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